Nível de Pobreza diminui em Moçambique mas ainda atinge metade da população
A
percentagem de pessoas abaixo da linha de pobreza em Moçambique baixou de 51,7%
para 46,1% entre 2009 e 2015, mas a desigualdade entre zonas rurais e urbanas
aumentou
O documento, intitulado Quarta
Avaliação Nacional da Pobreza e Bem-Estar, produzido pelo Ministério da
Economia e Finanças, indica que nas zonas urbanas a percentagem de pessoas
abaixo da linha de pobreza diminuiu de 46,8% para 37,4% e nas zonas rurais
passou de 53,8% para 50,1%.
Apesar de revelar uma redução no
geral, o documento, baseado nos dados do Inquérito de Orçamento Familiar
2014/15 e que inquiriu mais de 11 mil famílias, não aborda a actual conjuntura
económica do país, marcada pela subida do custo de vida, desvalorização do
metical e o aumento da inflação.
O relatório avança que, entre
1997 e 2015, a desigualdade nas áreas urbanas e rurais aumentou devido a
diferenças educacionais e de rendimento.
As províncias de Niassa, Cabo
Delgado e Nampula, no Norte de Moçambique, registaram um aumento do número de
pessoas abaixo da linha da pobreza, um facto associado às calamidades naturais
que devastaram a região entre 2014 e 2015.
De acordo com o documento, nas
províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula o número de pessoas abaixo da
linha da pobreza aumentou, respectivamente, de 33% para 60,6%, de 39% para 44,8
% e de 51,4% para 57,1 por cento.
As cheias que afectaram as
províncias na época chuvosa de 2015 e 2014, comprometendo 65 mil hectares de
culturas agrícolas e deixando o Norte do país às escuras durante três meses,
são apontadas como uma das principais causas do aumento do número de pessoas
abaixo da linha da pobreza.
O desenvolvimento do capital
humano, a promoção do emprego e melhoria da produtividade e competitividade e a
construção de infra-estruturas económicas e sociais são apontados no documento
como condições para baixar os níveis de pobreza em Moçambique.
Além disso, o documento sugere
que o Governo moçambicano intensifique a educação nutricional, melhorando a
qualidade dos alimentos, bem como a maximização do impacto das iniciativas
existentes para melhoria da produção e produtividade agrícolas.
SAPO

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